De pé, à mão, de encontro, por choque, deitado.
VIA
1. Rubem Alves
Método é o caminho que as ideias têm de seguir, a marcha das ideias como soldados em parada. Mas as minhas ideias não marcham, elas dançam. Estórias, poemas, músicas pertecem à classe das entidades semelhantes às nuvens que não se deixam prender. Elas pousam por vontade própria nos ombros dos escritores, dos poetas, dos músicos. Acho que foi Picasso que disse: ‘Eu não procuro, eu encontro'”.
Método é o caminho que as ideias têm de seguir, a marcha das ideias como soldados em parada. Mas as minhas ideias não marcham, elas dançam. Estórias, poemas, músicas pertecem à classe das entidades semelhantes às nuvens que não se deixam prender. Elas pousam por vontade própria nos ombros dos escritores, dos poetas, dos músicos. Acho que foi Picasso que disse: ‘Eu não procuro, eu encontro'”.
2. Mia Couto
“Porque,
numa certa altura, eu achei que precisava contar algumas histórias, que
eram tão poéticas, tão carregadas da oralidade daquele universo rural
moçambicano, onde se coloca de uma maneira diferente essa diferenciação
entre prosa e poesia. Há ali outro modo de se olhar, de sentir o mundo,
que passa quase sempre pela realização da metáfora. Então, eu percebi
que, se eu conseguisse tomar pra mim essa oralidade do mundo rural,
conseguiria contar histórias em prosa”.
3. Machado de Assis
“Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu. Somos contos contando contos e nada mais”.
4. Ferreira Gullar
5. Pablo Neruda
“Com papel e tinta. Pelo menos essa é a minha receita”.
6. Truman Capote
“Sou
um autor completamente horizontal. Não consigo pensar se não estiver
deitado, ou na cama ou estirado num sofá, com cigarros e café à mão.
Escrevo à mão, depois faço a revisão também à mão. Quando escrevo penso
em mim mesmo, e o tempo gasto acerca da colocação de uma vírgula, o peso
de um ponto e vírgula me irritam de maneira insuportável”.
7. Ernest Hemingway
“Escrevo
de pé, ereto, com sapatos mocassins folgados. Minha produção diária de
palavras varia de quatrocentos e cinquenta a duas mil e quinhentas. No
dia seguinte ao pico de criação de palavras, vou pescar; assim não me
sinto culpado. Reescrevo sempre o que fiz. Reescrevi o final de Adeus às
Armas, a última página do livro, trinta e nove vezes antes de ficar
satisfeito. Por quê? A busca pelas palavras certas”.
8. William Falkner
“Tudo
de eu preciso é de um (?) e algum papel. Não existe um jeito mecânico de
realizar a escrita, não existe atalho. O jovem escritor será um tolo se
seguir uma teoria. Ensine a si mesmo a partir de seus próprios erros; as
pessoas aprendem somente pelo erro”.
9. Paul Auster
“Sempre
escrevi à mão. Quase sempre com uma caneta tipo tinteiro, mas às vezes a
lápis – especialmente para fazer correções. Se fosse capaz de escrever
numa máquina ou no computador, eu escreveria. Mas teclados sempre me
intimidaram. Nunca consegui pensar direito com meus dedos naquela
posição. Uma caneta é um instrumento muito mais primitivo. A gente sente
as palavras saindo do corpo para, então, gravá-las na página. Escrever
sempre teve esse caráter tátil para mim. É uma experiência física.
Escrevo sempre em cadernos. E tenho fetiche em particular pelos cadernos
quadriculados – aqueles com quadrinhos no lugar das linhas”.
10. Fernando Pessoa
“Escrevo
de pé. Num jacto e à maquina de escrever. Escrevo trinta e tanto poemas
a fio, numa espécie de êxtase. Ouço, dentro de mim, as discussões e as
divergências de critérios dos meus heterônimos. Eu vejo diante de mim,
no espaço incolor mas real do sonho, as caras, os gestos de Caeiro,
Ricardo Reis e Álvaro de Campos”.
(img> Multiple Warheads, Brandon Graham)
(img> Multiple Warheads, Brandon Graham)
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