sábado, 30 de julho de 2011

street view





14 anos.

Que se foda o rasgo na meia. Daqui dois meses eu compro outra. Minha sorte é ter sobrevivido. Até agora.


(P.Rissatti)



(Imagem DAQUI, de Jon Rafman, um artista que coletou fotos do Google Street View. Explicações AQUI)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Lobo Filho


Frases de Antonio Lobo Filho pinçadas na FLIP2009 pelo Cronópios


“Um livro é um organismo vivo”.

“Você tem que tornar a sua mão feliz. Se a sua mão for feliz, o livro sai”.

“Quando decido escrever um livro penso nele como sendo o livro que não serei capaz de escrever”.

“Tem que se escrever cada vez mais no osso”.

“Não há profundidade. Há infinitas superfícies”.

“Os melhores tradutores de ficção são os poetas”.

“Todo grande livro é uma reflexão profunda sobre a arte de escrever”.

“Tenho uma relação mais complicada com a prosa. Começo a ler e tenho vontade de corrigir”.

“É o livro que tem que ser inteligente e não o autor”.

“Quando estou escrevendo profundamente tenho a impressão que alguém está ditando”.

“Eu penso que é o nome do leitor que deveria estar na capa do livro e não o do autor porque é o leitor que completa o jogo literário com a leitura”.

“Eu escrevo um livro para corrigir o anterior”.

“Será que um livro esta acabado ou definitivamente inacabado?”

“Não é o autor que acaba o livro. É o livro que decide se livrar do autor”.

“Eu particularmente gosto dos livros grandes. O livro tem as páginas que ele quer e não as que nós queremos”.

“Gosto muito dos livros de Garcia Márquez, mas não gostaria de tê-los escritos”.

“Jorge Amado era um homem muito melhor do que os livros dele”.

“Certa vez perguntei a João Ubaldo Ribeiro: Que preguiça é essa, João! Por que você não escreve mais? E ele me respondeu: Eu escrevo sim. Meu pseudônimo é Antônio Lobo Antunes”!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Neurônio Adormecido







- Oi! Por favor, onde fica a Rubem Berta?
- Eh... Ru-bem Ber-ta?
- Isso!
- Você tá querendo ir pra Rubem Berta?
- Exato.
- E você quer ir daqui pra lá?
- É óbvio.
- Bom, a Rubem Berta...
- Sim!
- Eu não conheço, não.

Ricardo Delfin

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cheirata





Acomodados confortavelmente nos assentos da neutralidade dos odores, dispuseram à mesa as carreiras dos cheiros das palavras. A grande noite dos aromas teve início com a doce e alva fragrância loira de decote. Puro sexo em pó aspirado com fome por uns, com admiração por outros... mas teve quem preferiu esperar pela próxima carreirinha, aquela de chocolate, um prazer menor por apenas R$ 6,50. A terceira carreira entrou de surpresa rasgando o nariz de todo mundo, um cheiro de bode e puteiro com buceta suja lá no finalzinho. Todos amaram esse perfume, que na verdade era de saudade. A quarta era uma carreira que levou três anos para ser sintetizada. Masculina, de voz de cigarro com pinga, um pouco de madeira e perfume caro e original. Foi criada para sobrepor os odores de concreto mas, no entanto, teve como fins a fertilidade interestadual, a canção de ninar e o tesão por palhaços de cabelo vermelho. Alucinados, acabaram a noite em uma longa viagem por motéis sem sexo e cidades distantes.


(F.)


(Imagem: Smell ++ por James Auger. Um vídeo AQUI)