terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os escritores assassinos



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Ano 2000. Entre as gélidas correntes do rio Oder, perto da cidade de Wroclaw, na Polônia, pescadores vêem um corpo boiando. Ao levá-lo para terra, as autoridades o identificam como Dariusz Janieszewski, dono de uma empresa de publicidade e membro de média importância na comunidade. Janieszewski havia desaparecido dias antes, e em seu corpo foram encontradas marcas de tortura. A causa de sua morte foi afogamento. O assassino, ao que parece, depois de torturá-lo até se cansar, limitou-se a amarrá-lo e jogá-lo no rio.

Tempo depois, o escritor Krystian Bala, filósofo com aspirações literárias, lança seu romance Amok. Nele, narra um assassinato muito parecido com o de Janieszewski. O livro, sem êxito de vendas, alcançou certa relevância no mundinho literário da Polônia e, graças a esta fama, um funcionário da cidade fez comentários na Internet sobre o crime e a obra de Bala.

De imediato, a polícia de Wroclaw prendeu o autor, a quem interrogou por 72 horas. Por fim, Bala foi liberado por falta de provas. A imprensa se revoltou contra a polícia e considerou o autor vítima da negligência das autoridades e do desespero por encontrar (ou fabricar) algum culpado pela morte do empresário. Bala aparentemente não conhecia a vítima e não havia motivo para que o escritor matasse o empresário. Mas a polícia não desistiu e, com uma investigação mais detalhada, descobriu que o filósofo havia conversado com Janieszewski no dia de seu desaparecimento. Depois, descobriu que o telefone celular da vítima, que não fora encontrado com o cadáver, havia sido vendido na Internet quatro dias depois do crime. O vendedor? Krystian Bala.

Faltava apenas uma peça para fechar o caso: não havia motivo para o crime. A polícia buscou pistas entre os conhecidos de ambos e descobriu que Bala era, na época do desaparecimento, amigo íntimo da ex-esposa do empresário. O autor foi novamente preso e, então, indiciado por homicídio. Apesar de alegar sempre inocência, foi condenado a 25 anos de prisão pelo assassinato do publicitário. Em sua defesa, alegou que havia se inspirado no crime para fazer seu livro, e que havia recolhido os detalhes da imprensa. Mas, segundo as autoridades locais, os trechos do livro são por demais exatos e mencionam dados que apenas a polícia conhecia. Graças à polêmica, Amok tornou-se um best-seller.
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(Para ler o texto completo, com outras histórias de escritores assassinos, clique AQUI. Outros links para Kristian Bala: AQUI AQUI ou AQUI. Via Revista Speculum)

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