segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ata de um sopão de agosto


O espectro do anão rondou o jantar ao ar livre. Livre? Dimensões e perspectivas nunca previstas, apenas imaginadas, admissão de fetiches e a conversa esquentou. Confidências. Um molestador internético, uma patricinha fútil, uma senhora das vozes que sabe ser assim a sua sina, a sua tara. Sim, o espectro do anão rondava a sopa dos comensais incomodados pelo sem teto incensado no fogo das dores, revoltas, rangendo dentes e abandono. Melhor falar do futuro: manipulação do hipocampo numa humanidade cada vez menos humana, sexo em parafuso como um chifre de narval. Mas o passado volta a rondar quando se sentem observados pelo homem de emoções puídas cercado de animais, únicas testemunhas da sua expiação neste plano. Faltou a sobremesa. E todos foram embora certos de carregarem um anão dentro de si.

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